O nosso futuro é deles
Texto: JOÃO MORGADO FERNANDES
Detetar o cancro no exato momento em que ele desperta no nosso corpo, para o matar à nascença. Fazer um ovo a partir de uma ervilha para ajudar a combater a fome no mundo. Levar a internet a locais inimagináveis… através de drones. Algumas destas ideias podem salvar vidas, podem tornar mais felizes outras vidas ou podem… simplesmente não funcionar.
Para a sua edição de Maio, a Wired decidiu eleger 20 pessoas que trabalham para mudar o modo como vivemos, trabalhamos, nos divertimos, pensamos. É a Next List.
A maior parte das apostas vem da área das novas tecnologias, da comunicação e do entretenimento, os temas sobre os quais a revista mais se debruça. Outras centram-se nos sectores da saúde, da alimentação, da vida prática. A maioria são apostas de alto risco, já que os projetos em causa estão ainda em fase embrionária. Mas a graça da inovação é mesmo essa: às vezes dá certo, outras não.
Este dossier da Wired parece funcionar como resposta à já tradicional edição anual da Time, dedicada a eleger os 100 nomes mais influentes dos nossos dias.
A aposta da Time tem o seu quê de conservador – alguns dos nomes são evidentes -, embora com uns toques de risco – há sempre nomes surpreendentes, seja por serem relativamente desconhecidos, seja por surgirem associados a ideias ou projetos aparentemente deslocados da sua imagem pública.
É o caso da edição deste ano, em que Kanye West aparece em grande destaque (é capa), não por qualquer disco que tenha lançado, mas porque é alguém que ultrapassa fronteiras. Ou seja, alguém que, a partir da música, tenta influenciar a sociedade. Claro que a presença de Kim Kardashian nesta lista de 100 – ‘the first lady of fame’ – já parece um claro exagero…
A lista da Time inclui os inevitáveis Putin, Merkel ou Tsipras, mas também Björk, Murakami, Pikertty e Francisco, a par de alguns americanos de sucesso mais doméstico.
Bem vistas as coisas, o principal interesse destas listas, como de todas as listas, está nas conversas que a partir delas se podem gerar. As ausências, as presenças injustas, etc, etc.

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