2005. Uma memória de palco
Texto: NUNO GALOPIM
Apesar de uma carreira de palcos que remonta aos primeiros tempos de vida do próprio grupo a ideia de editar um álbum ao vivo nunca morou entre as prioridades discográficas dos Kraftwerk durante longos anos. É importante notar que, mesmo sendo um projeto de intenso labor no estúdio, os Kraftwerk dedicaram sempre grande atenção ao desenvolvimento das suas performances ao vivo, com o tempo a tecnologia tendo tornado viáveis algumas das suas aspirações de outrora. A capacidade em tornar portátil todo o estúdio Kling Klang, que caracterizou o regresso à estrada após a edição de Computer World, e a progressiva inclusão de novos suportes visuais a partir dos anos 90 abriram caminho para a visão de uma experiência audiovisual que tomou corpo depois da viragem do milénio na digressão que surgiu depois do lançamento do álbum de 2003 Tour de France Soundtracks.
Minimum Maximum (também disponível em DVD) é o registo dessa mesma digressão, juntando a versão em disco excertos de gravações efetuadas em atuações entre as cidades de Berlim, Varsóvia, Moscovo, Roma, Budapeste, Talin, Riga, Tóquio e São Francisco. O alinhamento segue a ordenação das canções tal e qual foram apresentadas em palco, omitindo a versão em disco a voz robotizada que anunciada chegada a palco dos músicos (que se escuta todavia no DVD).
Com uma importante presença de temas do álbum de 2003, mas recuperando uma série de faixas históricas – algumas delas próximas do registo revisto em The Mix – Minimum / Maximum inclui pela primeira vez num disco o tema Planet of Visions, na verdade uma evolução de Expo 2000. A introdução falada através de um vocoder, Sellafield 2, que se escuta antes de Radio-Activity, é também outra das estreias em disco do álbum.
Além da edição oficial (e global) do disco, há uma outra com alguns dos temas cantados em alemão, seguindo assim uma antiga tradição do grupo.

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