Integral de Manoel de Oliveira no Porto entre novembro e dezembro
O Porto vai receber uma retrospetiva integral da obra de Manoel de Oliveira entre os dias 10 de novembro e 12 de dezembro numa iniciativa conjunta entre a autarquia e a Fundação de Serralves. Juntando curtas e longas-metragens, ficções e documentários, e integrando o filme de 1982, mas apenas estreado postumamente, Visita ou Memórias e Confissões (que será exibido no Cinema Passos Manuel, dia 20, às 19h00), esta integral, que apresentará os filmes segundo uma ordem cronológica, lembra ainda a passagem dos 107 anos sobre o nascimento do realizador, data que se assinala na véspera do encerramento do programa.
Sob o título “Manoel de Oliveira: Grande Plano”, este grande ciclo abre, no dia 10, com um programa de curtas-metragens que representam as primeiras obras do realizador, que serão apresentadas no auditório de Serralves, às 22h00. Essa sessão inaugural inclui os filmes Douro, Faina Fluvial (1931), Hulha Branca (1932), Já Se Fabricam Automóveis em Portugal (1938) e ainda Famalicão (1940).
Dividindo as sessões entre o auditório de Serralves, o Cinema Passos Manuel, o Teatro do Campo Alegre e o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, o ciclo termina no dia 12 de dezembro com uma série de sessões entre as quais passam, às 20h00, as últimas curtas do realizador – Os Painéis de São Vicente de Fora (2010), O Conquistador Conquistado (2012), O Velho do Restelo (2014) e Um Século de Energia (2015) – e depois, às 22h00, a fechar o programa, a longa-metragem O Gebo e a Sombra (2012).
Num texto que acompanhou a apresentação do ciclo, António Preto diz: “Sendo esta a primeira retrospectiva integral que postumamente se realiza, ela tem um carácter forçosamente definitivo, na medida em que não haverá mais filmes, assumindo porém como compromisso que a obra seja reactivada por novos olhares: a filmografia de Manoel de Oliveira está fechada, mas a obra nunca estará concluída. O cinema é a arte da instabilidade do olhar e o modo como os filmes de Oliveira desafiam as contingências do tempo, como actualizam o passado em diálogo com as contradições do presente, chama-nos à responsabilidade de fazer da memória activa uma memória actuante. Definitivamente, uma obra – por mais monumental que ela seja, como é o caso – só sobreviverá à patrimonialização se se oferecer, sem reservas, à perplexidade, condição para que nos interpele na sua inteligência e possa continuar a emocionar-nos.”
Pode consultar aqui a programação integral deste ciclo.

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