Os dinamarqueses IRAH assinam com o novo “Into Dimensions” uma das estreias mais elegantes dos últimos tempos inspirados por belos momentos do trip hop.

Se parece estar na inevitável hora de ir beber inspiração aos anos 90, então bem podemos receber de braços abertos uma banda como os IRAH. Lembram-se de quando Liz Fraser dos Cocteau Twins cantou para os Massive Attack? Lembram-se dos momentos mais etéreos dos Lamb? Da estreia bucólica de Goldfrapp? Foram felizes encontros entre delicadas vozes femininas e electronicas planantes introspectivas e se é para termos mais disso, não sou eu quem vai reclamar deste regresso ao passado.

Into dimensions, o mini-álbum de estreia do trio dinamarquês IRAH centra-se na deliciosa e quente voz de Stine Grøn, discretamente acompanhada pelos apontamentos electrónicos de Adi Zukanović e as percursões de Oliver Laumann. Equilíbrio perfeito em canções belas e elegantes que, mesmo quando evocam referências conhecidas (o tema Into Dimensions é quase descendente directo de Teardrop), conseguem manter a sua identidade. A sobriedade de arranjos, a qualidade das canções e simples beleza anunciam uma banda a seguir com interesse para o futuro.

O álbum beneficia também da sua concisão. São apenas seis canções e dois pequenos apontamentos sonoros: um interlúdio vocal acapella e um Poslúdio electrónico. Não há um único tema menor nesta pequena coleção e o que poderia ser melhor para um álbum de estreia do que deixar-nos a salivar por mais?

“Into Dimensions”, dos IRAH, é um lançamento da Tambourhinoceros ★★★★★