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Ride de regresso: olhos no chão, guitarras ao alto

Reunidos após longa separação, os Ride são protagonistas de uma das digressões mais esperadas do ano, Visitam-nos na edição de 2015 do Primavera Sound

O regresso aos concertos dos britânicos Ride traz algumas dúvidas, certo, mas não deixa de ser um momento que muitos aguardam neste 2015 que agora arranca. O NOS Primavera Sound recebe o grupo – um dos expoentes máximos do movimento shoegaze – a 06 de junho, último dia do certame. O local não é inocente: foi no festival nascido em 2001 em Barcelona, e com uma edição no Porto desde 2012, que se deram regressos de nomes esteticamente próximos dos Ride, como My Bloody Valentine, Slowdive e Blur, a jeito de exemplo. De fora do festival norte ficou o concerto que os Stone Roses deram em 2012 no então Optimus, agora NOS, Alive.

Os Ride foram um dos primeiros êxitos mundiais da editora Creation Records, selo imprescindível para compreender a música britânica nos anos 1980 e 1990. “Nowhere”, lançado em outubro de 1990, foi o álbum de estreia dos Ride e é globalmente tido como a obra-prima do quarteto de Oxford. O disco é também visto por crítica e público como essencial para a total compreensão do shoegaze, onde o relativo distanciamento em palco de músicos para com a plateia – não raras vezes a olhar para os sapatos, daí o termo shoegaze – é acompanhado por um rock hipnótico assente na distorção de guitarras invariavelmente num volume excessivo.

Going Blank Again, em 1992, consolidou os Ride no circuito indie britânico, numa altura em que já despontavam nomes como The Verve, Blur, Pulp e Suede, que viriam a definir uma época dourada da música britânica. Em 1994 surgiu Carnival of Light, terceiro álbum, que viria a revelar-se uma desilusão artística inclusive para a própria banda, reconheceriam posteriormente os músicos.

Os Ride separaram-se em 1996, deixando um último disco, de seu nome Tarantula, que viria a ser apagado do catálogo da Creation uma semana após o seu lançamento. Também desse disco não reza a lenda. Depois do adeus, os quatro músicos viriam a tocar em vários projetos, com a maior notabilidade a ser atingida por Andy Bell, guitarrista nos Ride que fundaria posteriormente os Hurricante N.º1 que viriam também a finar-se quando o músico foi convidado para baixista nos Oasis, posto que ocupou até ao final da banda dos irmãos Gallagher, em 2009.

A história dos Ride pós-1996 faz-se de dois capítulos: em 2001, o quarteto juntou-se para um documentário sobre os Sonic Youth registado pelo Channel 4. Da reunião surgiu uma jam de improviso que viria a ser editada, com uma tiragem de mil exemplares, no ano seguinte. O segundo capítulo pós-1996 deu-se no final do ano passado, quando se soube que o grupo iria voltar aos palcos. Primeiro foi anunciado o concerto no Primavera Sound catalão, e a confirmação do espetáculo na edição do Porto não demorou muito. As reuniões recentes de Stone Roses e My Bloody Valentine inspiraram o grupo para a nova investida, admitiu recentemente Andy Bell ao New Musical Express.

O terceiro capítulo da história mais recente dos Ride faz-se em 2015. O parágrafo português escreve-se a 06 de junho no Porto. – Pedro Primo Figueiredo

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