Poetas de língua portuguesa reunidos em livro
Texto: HELENA BENTO
Voo Rasante é um livro coletivo de poesia. Tem nome de verso (“passam as aves em seu voo rasante”) e tem nome de frase (“atiro-te com uma panela acima como um voo rasante”), por assim dizer. Reúne poemas de 67 autores de língua portuguesa, na sua maioria inéditos, e vai ser lançado hoje, dia 28 de fevereiro, entre as 15.00 e as 19.00, na Biblioteca Camões, em Lisboa.
Organizado por Helena Vieira e Leonel Guerreiro, que dirigem a editora Mariposa Azual, dedicada à poesia e ensaio, fundada em 1998, Voo Rasante reúne textos de autores que estão a publicar atualmente em editoras pequenas e em edições com tiragens também pequenas. “Há cada vez mais pessoas a escrever e mais editoras, e assiste-se também a esse fenómeno que é haver cada vez mais pessoas a ler poesia ao vivo. A multiplicação resulta, muitas vezes, em dispersão, e por isso quisemos também criar um documento que fosse uma espécie de registo do que está a acontecer”, explica Helena.
Entre os autores que participam no livro encontram-se Amadeu Baptista, Daniel Jonas, Filipa Leal, Margarida Vale de Gato, Rui Pires Cabral, Raquel Nobre Guerra, Miguel Cardoso, Nuno Moura, Matilde Campilho e Ricardo Domeneck. Foram escolhidos por Helena e por Leonel, e foram escolhidos por várias razões: são autores cuja obra conhecem, autores que estão a publicar agora, que já publicaram na Mariposa Azual ou noutras editoras “próximas”, e autores “a quem foi mais fácil chegar”. “Parece um critério simplesmente oportunista, mas não é só isso”, garante Helena. “Também estivemos preocupados em tornar isto viável”.
O nome, Voo Rasante, foi escolhido não por aparecer num verso de um dos poemas de Ruy Belo, ou numa frase do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, mas porque vai ao encontro daquela que foi e continua a ser a intenção de Helena e Leonel: “Não tentamos esgotar tudo o que acontece, é mesmo um voo rasante, passamos assim – bzzzz”, diz Helena, acompanhando a frase com um gesto de mão, e Leonel acrescenta: “É um bocadinho aquela coisa de ver de perto, aproximar e depois afastar, ir embora novamente, a voar”.
No Porto, o livro é lançado no dia 9 de abril, no Teatro Rivoli, numa sessão que contará igualmente com a leitura na íntegra dos poemas publicados.
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