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Duran Duran em 10 canções

Seleção e texto: NUNO GALOPIM

Entre as memórias de “Planet Earth” em 1981 e o novo “Pressure Off”, cartão de visita para um novo álbum, aqui ficam dez canções para um percurso possível entre a obra dos Duran Duran.

Estamos em contagem decrescente para o lançamento de um novo álbum de estúdio dos Duran Duran. Entre uma revisão da matéria dada e um primeiro aperitivo do que nos espera em Paper Gods – a editar em setembro – deixamos uma coleção de dez canções. Entre singles e alguns temas de álbuns que nunca chegaram a rodar a 45 rotações por minuto fica um olhar panorâmico sobre uma banda que alicerça a sua identidade na assimilação de dados escutados entre a música de Bowie, Roxy Music, Chic e Kraftwerk nos anos 70, juntando uma admiração evidente pelas escolas disco e funk, assim como uma filiação natural entre as consequências diretas da revolução punk e, em particular, as visões pop que se lhe seguiram. Foram estrelas maiores do movimento new romantic, do qual se distanciaram logo após o álbum de estreia, em 1981. Pioneiros na exploração das potencialidades do vídeo ao serviço da música, celebraram cor e hedonismo na primeira metade dos anos 80 e entre 1983 e 85 estavam na linha da frente das atenções. Umas férias – durante as quais se separaram entre os projetos paralelos Power Station e Arcadia – não tiveram fim feliz e, na hora de reunir, o quinteto original estava reduzido a três. Viveram momentos desiguais entre a segunda metade dos anos 80 e a década de 90. E em finais dos noventas chegaram mesmo a ver um dos seus melhores álbuns – Medazzaland – passar completamente a leste das atenções. Nunca tinham parado, mas ao reunir a formação original já depois do milénio conheceram novo alento. Em 2010, juntamente com Mark Ronson, fizeram de All You Need is Now o seu melhor disco desde os tempos de Rio. Agora, novamente com o mesmo produtor, e contando com a ajuda de Nile Rodgers (com quem tinham já trabalhado nos oitentas), preparam-se para assinar mais um passo numa carreira que deles faz dos raros sobreviventes da sua geração a ser consequentes a caminho dos 40 anos de vida (formaram-se em 78, por isso 37 já lá cantam).

1981. Planet Earth
Lançado em fevereiro de 1981, o single de estreia dos Duran Duran é um dos casos maiores do movimento new-romantic e um clássico do seu tempo. Portugal deu ao grupo, com este tema, um dos seus primeiros número um.

1981. Sound of Thunder
O álbum de estreia dos Duran Duran guarda mais pérolas que os três temas que chegaram a ser lançados como singles. Este é mais um exemplo de eficiente diálogo entre uma matriz disco e a pujança da pop em clima pós-punk.

1982. Hungry Like The Wolf (night version)
Apesar de um primeiro cartão de visita com My Own Way em finais de 1981, este representou na verdade o real cartão de visita para o álbum Rio. Acompanhado por um teledisco rodado no Sri Lanka foi um dos primeiros êxitos globais na era da MTV.

1982. The Chauffeur
Um dos clássicos maiores da discografia dos Duran Duran nunca chegou a ser single (surgiu em versão alternativa no lado B da versão em single de Rio). Uma balada de ambiente bem trabalhado pelas teclas, é um exemplo claro da personalidade do trabalho do teclista Nick Rhodes.

1983. New Moon on Monday
O terceiro álbum, Seven and The Ragged Tiger, é um bom exemplo do perigo de desnorte que se pode abeirar de um grupo com orçamento amplifcado pelo sucesso. É um disco sobreproduzido, do qual surgiram mesmo assim algumas pérolas, como este elegante single, que acabou aquém do sucesso esperado.

1985. A View to a Kill
O sucesso global que os Duran Duran viviam em meados dos oitentas e uma pequena provocação lançada pelo baixista John Taylor – reconhecido admirador do universo de 007 – abriu portas a uma das mais bem sucedidas “Bond songs” de todos os tempos, criada em parceria com o veterano John Barry.

1986. Skin Trade
Na hora do reencontro após um ano de sabática, os Duran Duran estavam reduzidos aos fundadores John e Nick, mais o inevitável vocalista Simon Le Bon. O álbum Notorious revelou mais que nunca as paixões white funk do grupo e tem neste tema um single que merecia ter ido mais longe.

1998. Electric Barbarella
Apesar dos momentos de maior sucesso nos anos 90 terem ficado pela balada Ordinary World e a pop mid-tempo de Come Undone, foi ao criar Electric Barbarella que o grupo reencontrou elos de ligação com o seu próprio passado que, mais adiante, voltariam a explorar.

2010. Blame The Machines
Ao lado de Mark Ronson os Duran Duran criaram em 2010 um álbum que corresponde ao sucessor de Rio (1982) que na verdade nunca tinham chegado a realizar. Retomam ecos da sua sonoridade de então e, com algumas das suas canções mais inspiradas de sempre, assinam um dos melhores discos da sua carreira.

2015. Pressure Off
O cartão de visita para Paper Gods não podia ser melhor. Estão cá as marcas clássicas do som dos Duran Duran, assim como aquela rara capacidade para criar refrões inesquecíveis. Nile Rodgers e Janelle Monáe são colaboradores num tema que encontra elos possíveis entre os dias de Rio e os de Notorious.

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