Edições especiais das revistas “Rolling Stone” e “Uncut” recordam, de fio a pavio, a discografia de Bob Dylan e dos Queen, com artigos críticos a revisitar todos os álbuns de dois nomes de referência da música popular.

Não substituem os livros, mas as edições especiais que algumas revistas dedicadas à música têm vindo a lançar nos últimos anos representam por vezes interessantes complementos, sobretudo quando sistematizam discografias, movimentos ou épocas. E este mês há dois títulos novos a ter em conta em terreno mais clássico.

A Rolling Stone apresenta uma edição especial dedicada a Bob Dylan na qual propõe, de fio a pavio, um olhar crítico sobre a sua discografia. Com o título Bob Dylan – The Complete Album Guide, esta edição de 100 páginas (que segue o grafismo habitual da revista e mimetiza até algumas das suas secções) apresenta uma arrumação cronológica dos discos entre Bob Dylan de 1962 e o mais recente Shadows in the Night (2015), dedicando a cada álbum um texto de meia página, uma página, um plano ou ainda mais espaço, numa decisão editorial (sempre acertada) que tem em conta a relevância histórica de cada disco e a sua influência na história da música.

Os discos são revisitados por uma série reduzida de autores, o que garante ao olhar total uma coesão e ponto de vista ao mesmo tempo plural, mas não disperso. Há depois textos complementares, evocando filmes e livros, não esquecendo o importante corpo de gravações que têm surgido na Bootleg Series (da qual um novo volume foi lançado há poucos dias). Há ainda, como cereja sobre o bolo, a republicação de um texto de homenagem a Dylan assinado por Bono.

Os Queen, de quem acaba de chegar ao mercado mais uma gravação ao vivo tirada dos seus arquivos, são protagonistas de mais um Ultimate Music Guide criado pela equipa que mensalmente assina a revista britânica Uncut. Tal como na edição da Rolling Stone dedicada a Dylan este especial, de 122 páginas, revisita a obra dos Queen de uma ponta à outra e em sequência cronológica, desde o álbum de estreia Queen, de 1973, ao registo póstumo Made in Heaven, de 1995. O mais recente Queen Forever surge devidamente enquadrado entre as antologias.

Os textos sobre os vários álbuns são intercalados por republicações de artigos históricos do arquivo do NME e Melody Maker. E há ainda, além de uma sistematização, das antologias e discos ao vivo, um olhar sobre a videografia do grupo e um artigo sobre a obra a solo dos elementos da banda.