Foi entusiasmante. Foi mais um ano à espera (desde o aparecimento do primeiro teaser) até ao momento de, luzes apagadas, lermos no ecrã a frase antiga que nos diz “a long time ago in a galaxy far, far away…”, seguindo-se a velha fanfarra de John Williams que, quem tinha idade para ver e ouvir a coisa em 1977, lembra de ter experimentado pela primeira vez há 38 anos. Sim, há 38… E passaram 32 anos desde aqueles instantes finais de O Regresso de Jedi que me deixaram, quando saí da sala (no velho Condes) com a dúvida em aberto: “e agora?”. Questão que os livros de ficção e comics (e talvez jogos, mas não sou de jogos por isso não sei) foram resolvendo bem melhor do que a medíocre segunda trilogia que começou a surgir a partir de 1999 com o vazio narrativo que era A Ameaça Fantasma (mais aquele Jar Jar Binks que deve ter sido a invenção mais equívoca da história deste universo).

O Despertar da Força resolveu a coisa e devolve a história a bom eixo. Sem surpresa bateu o recorde de maior bilheteira e dia de estreia de sempre (que cabia a um dos episódios da saga Harry Potter) e tem tudo para viver em sala umas boas semanas, depois virão os DVD e Blu-ray, e novo filme – Star Wars: Rogue One em dezembro – chegando o Episódio VIII em maio de 2017… Quem estava ansioso pode sossegar. Quem estava farto da chuvada de marketing pode descansar. Quem gostou ficou satisfeito. Quem acabou desiludido tem muitas alternativas para encontrar entusiasmo noutros filmes.

E agora?

E agora não era nada má ideia tentar manter uma fração deste entusiasmo para manter aceso o gosto por sair do sofá de casa e ir ver mais cinema a uma sala escura. Porque é aí que, entre outros, o cinema respira vida. Ou “força”, se quiserem manter as metáforas in character.