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“Ficheiros Secretos”: um novo mundo, o ADN de sempre

Texto: NUNO CARDOSO

Catorze anos depois do adeus, a série de culto regressa amanhã a Portugal na Fox. David Duchovny e Gillian Anderson voltam a vestir a pele de Mulder e Scully mas as regras do jogo mudam logo no primeiro episódio.

Nove anos e outras tantas temporadas. Mais de 200 episódios. Quase 30 prémios, entre os quais se contam 16 Emmy. É inegável o peso da marca deixada por Ficheiros Secretos, a série de culto transmitida entre 1993 e 2002 em mais de 100 países e que se impôs com originalidade no panorama da ficção televisiva como colocou David Duchovny e Gillian Anderson, na pele dos agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully, nas bocas do mundo.

Depois da estreia nos EUA este domingo, os novos Ficheiros Secretos (de seis episódios) chegam entre nós esta terça-feira, à Fox, com duplo episódio e com o regresso de uma das duplas mais acarinhadas da ficção no pequeno ecrã, que mantêm o nível de cumplicidade no ecrã a que sempre nos habituaram.

Tinha nove anos quando a série de drama e ficção científica de Chris Carter se estreou. Dezoito quando disse adeus. Praticamente um terço de vida em paralelo com uma das séries mais icónicas de sempre, que soube beber inspiração à rebeldia e ao efeito avant-garde de Twin Peaks mas que trilhou caminho e deixou a porta aberta para tantas outras que se seguiram.

Depois de visto o primeiro episódio da nova temporada, é clara a grande vantagem dos novos X Files: não faz parecer que estamos de volta aos anos 90. Ficheiros Secretos mantêm o ADN de sempre, aquele que o tornou num fenómeno de popularidade à escala global, mas não se entrega ao revivalismo e não é nostálgico, amargamente agarrado aquilo que já foi e que não pode, por circunstâncias sócio-temporais, ser repetido. Os novos Ficheiros Secretos continuam a ser os Ficheiros Secretos, mas adaptados aos dias de hoje.

As teorias de conspiração e o elemento alienígena que marcaram a génese da trama norte-americana continuam a ser o centro dos novos episódios, mas Fox e Dana vivem hoje no mundo das novas tecnologias e numa América ainda lesada das consequências políticas, económicas e sociais do 11 de setembro.

Os 43 minutos do primeiro episódio da 10.ª temporada, para além de mostrarem uma evolução na relação pessoal e profissional entre as duas principais personagens, contêm um twist que não só simboliza uma reviravolta no percurso trilhado ao longo de nove temporadas, como serve de ponto de partida para a nova temporada.

Assim que se ouve o genérico da série de culto (que permanece inalterado nesta nova temporada) e a primeira vez que se vê David Duchovny e Gillian Anderson juntos no ecrã, é como reencontrarmos um familiar que já não vemos há 14 anos. O tempo passou, e com ele as pessoas mudaram, mas o carinho continua lá. Mulder e Scully, “the truth is still out there”.

2 Comments on “Ficheiros Secretos”: um novo mundo, o ADN de sempre

  1. Quando apareceu, surpreendeu e marcou a diferença… agora, vamos lá ver!

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  2. Após os primeiros dois novos episódios tenho de confessar que alguma da magia retornou para mim. Sim, eu sei que o primeiro, My Struggle, pareceu uma declaração de intenções ansiosa do ser criador e mentor. Mas o segundo episódio, Founder’s Mutation, escrito e realizado por James Wong, que com Glenn Morgan escreveu alguns dos melhores episódios da série, foi uma boa mistura de monstro-da-semana com pinceladas de elementos de mitologia e, de repente, estava de novo envolvido com este universo. Mais em http://www.segundotake.com/podcast/2016/1/31/episodio16.

    António Araújo

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