Uma viagem no tempo
Texto: NUNO GALOPIM
E, oito anos depois, as mais representativas peças da coleção do Museu Nacional de Arte Antiga que contam a história da pintura e escultura portuguesas, entre os séculos XIV e XIX estão finalmente no lugar certo. Reaberto há poucos dias, após um longo hiato (que acabou por permitir não apenas a execução de obras naquelas salas e estabelecer uma nova narrativa entre as peças expostas), o Piso 3 do museu coloca perante o visitante um panorama de séculos de história da arte em Portugal.
O percurso está cronologicamente ordenado, partindo de algumas importantes oficinas de finais da Idade Média, avançando pelas principais escolas e referências que foram fazendo história entre nós. Nota-se, nesta arrumação das obras, a progressiva transformação dos modos de pensar as imagens, muitas delas tendo em comum cenas bíblicas, evidenciando a importante expressão da criação artística associada à vida religiosa ao longo destes séculos.
“Painéis de São Vicente” (1460), Nuno Gonçalves
“Vista do Mosteiro e Praia de Belém” (1657), Filipe Lobo
“Adoração dos Magos” (1828), Domingos Sequeira
É natural que a Adoração dos Magos, de Domingos Sequeira, adquirida recentemente pelo museu na sequência de uma mediatizada subscrição pública, seja uma das obras que mais cativam atenções entre o visitante. Mas entre retábulos de velhas igrejas e conventos, o magnífico retrato de D. Sebastião atribuído a Cristóvão de Morais, um outro retrato que nos habituámos de ver associado a Vasco da Gama mas que na verdade carece de certeza nessa relação, as pinturas de Grão Vasco, Josefa de Óbidos, Vieira Portuense e várias outras de Domingos Sequeira ou ainda a ala dedicada a Nuno Gonçalves – na qual estão naturalmente em destaque os Painéis de São Vicente – há ali, nesta renovada Galeria de Pintura e Escultura Portuguesa, motivos suficientes para uma compensadora viagem no tempo.
OBRIGATÓRIO VER….!!!! E USUFRUIR…!!!
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