Quatro dias para ver documentários científicos em Lisboa
Texto: NUNO GALOPIM
O SCI-DOC Festival Europeu de Documentário Científico de Lisboa, que decorre em em Lisboa, de amanhã até domingo entre os espaços da Cinemateca Júnior e do Pavilhão do Conhecimento propõe um conjunto de 30 filmes sobre temas de ciência, a apresentar em 20 sessões de cinema, sempre com entrada gratuita. Há uma programação competitiva que estará dividida em oito categorias: Ambiente, Ano da Física, Documentário, Investigação Médica, Mulheres na Ciência, Novos Media – Não Interactivo, Programas de TV Generalistas, TV Drama e Docudrama. Entre os programas especiais, haverá uma celebração dos 30 anos da série de animação Era Uma Vez… A Vida, de Albert Barillé, com alguns episódios a serem exibidos.
A programação “é responsabilidade da EuroPaws e da EuroScience”, explica Miguel Ribeiro da Apordoc, que apresenta este festival numa parceria com a EuroPaws, a EuroScience e a Ciência Viva. A seleção dos filmes passou, por “um comité de programação que inclui cientistas, investigadores e realizadores de documentário científico” e inclui títulos como David Attenborough’s Light on Earth sobre a bioluminescência (ou seja, a luz naturalmente produzida por seres vivos) ou Chernobyl 30 Years After, uma visita ao local da catástrofe nuclear, 30 anos depois.
Os filmes “são transversais a todas as idades”, havendo nesta programação “um lugar para os mais novos e os mais velhos se encontrarem em torno das mais recentes análises e descobertas científicas”. Alguns programas em concreto, “como o Era Uma Vez a Vida, As Dobrinhas das Orelhas, ou o Microfluidics and Microbioreactor, têm uma linguagem mais direccionada ao público infantil”, acrescenta Miguel Ribeiro. “Explicam de forma divertida assuntos como o funcionamento do corpo humana, a matemática ou a microtecnologia”. Por outro lado, títulos como The C Word, The Himalayas, The Abode of Snow, ou Britain’s Nuclear Secrets, são filmes que, pelas temáticas mais complexas (o cancro, o aquecimento global ou a energia nuclear), podem encontrar ecos num público mais adulto. Contudo, acrescenta, “o importante é que a linguagem dos filmes é bastante inclusiva, não excluindo públicos com base na idade”.
Os filmes que vão ser exibidos entre os dias 1 e 4, “sendo na sua maioria desenvolvidos por produções televisivas, são documentários de divulgação científica”. No entanto, todos eles “partem de um trabalho longo entre a produtora do filme e equipas de cientistas que trabalham as questões retratadas a nível académico”. Um exemplo? O filme The Venus Twilight Experiment “desenvolve-se paralelamente ao momento em que Vénus atravessa o disco solar em 2012 e a um gigante projecto de investigação internacional que, nessa altura, se formou para estudar a alta atmosfera” do segundo planeta. “Podemos portanto acompanhar aqui as descobertas sobre Vénus e o processo de pensamento dos cientistas” envolvidos neste projeto de investigação.

“David Attenborough’s Light on Earth”

“Era uma Vez… A Vida”

“The Venus Twilight Experiment”
A Cinemateca Portuguesa preparou um programa especial com filmes dos seus arquivos. “São três programas, dois sobre a propaganda alimentar do Estado Novo (com filmes de Adolfo Coelho, José Fonseca e Costa, António de Macedo) e outro sobre a viagem espacial do cosmonauta Iuri Gagarin”, o primeiro gomem a viajar no espaço. Estes programas permitem “contextualizar e ter uma perspectiva histórica de como a televisão foi utilizada ao longo do tempo para comunicar a ciência”.
O Sci Doc “pretende contribuir para a cimentação da ponte necessária entre Cultura e Ciência e estabelecer-se como o local onde, uma vez por ano, se pode dar conta das representações no audiovisual das últimas investigações científicas”. Ou seja, para o ano há mais…
Podem consultar aqui a programação.
E, a partir de amanhã, apresentaremos aqui alguns dos filmes deste festival.

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