Uma outra dimensão para Sherlock Holmes
Texto: GONÇALO COTA
Após quatro anos de espera, a pequena temporada de três episódios de Sherlock revelou-nos a construção de uma outra identidade (não será esta a verdadeira?) da personagem interpretada por Benedict Cumberbatch.
Sob a égide do sentimento como força motriz da própria racionalidade de Sherlock Holmes emergem novas personagens que fazem com que o universo de Sir Arthur Conan Doyle, que se (re)materializa numa Londres contemporânea a partir da porta 221B de Baker Street, ganhe novos contornos.
O último episódio desta temporada é o mais relevante de todos. The Final Problem, surge estrategicamente concebido para que possa ser um digno último episódio para a série – muito cerebral, sem se ancorar nas deduções sucessivas; dramático, sem se tornar demasiado enfadonho.
Conceitos até então pouco explorados – como a família e a infância – passam a ser as peças estruturantes para tornar esta temporada não só a mais interessante, como a mais disruptiva da série, com o encadeamento comum às três anteriores temporadas. Apesar de me ter agradado pela intensidade, suprimem-se, contudo, as explicações lógicas e detalhadas sobre determinados pontos-chave, tornando a história muito difusa e atafulhada de reviravoltas que, honestamente, são desinteressantes.

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