O terceiro álbum dos Burning Hearts cruza ecos de um gosto retro pela pop eletrónica com ambientes sombrios, definindo um conjunto de canções elegantes que podem conquistar novos admiradores para esta dupla finlandesa.

Dupla finlandesa, os Burning Hearts são Jessika Rapo (vocalista dos Le Futur Pompiste) e Henry Ojala (baterista dos Cats on Fire) e apresentam neste seu terceiro álbum um conjunto de canções que tem tudo para cativar os apreciadores de pop eletrónica com travo retro no plano de uma certa elegância melancólica ao jeito de umas Au Revoir Simone.

As canções combinam um apelo melodista pop suave e cativante com uma atmosfera que não esconde o gosto pelo frio, desse jogo de contrastes entre o escuro e o luminoso brotando aquele que é até aqui o seu melhor disco. O alinhamento segue a preceito um regime de diálogo entre ecos de sonoridades dos oitentas e marcas de contemporaneidade, cedendo aos noventas – através da linguagem rítmica que lembra flirts com a deep house – em Bodies and Battlefields. A voz suave de Jessika, depois, pisca o olho aos climas tão requintado como intrigante, digno das atmosferas mais pop de um David Lynch.

Battlefields não será o disco mais inovador nem o registo mais surpreendente do ano. Mas não só nos oferece belas canções como define um clima consistente que deixará satisfeito quem estiver em sintonia com as coordenadas pelas quais desenham esta aventura pop algo sombria, mas nem por isso menos saborosa.

“Battlefields”, dos Burning Hearts, está disponível nas plataformas digitais numa edição da Solina Records. ★★★