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As confissões de uma máscara… pop

Texto: NUNO GALOPIM

Uma aventura art pop desenhada em Londres mas atenta a ecos chegados de outros tempos e de paisagens orientais. Vale a pena descobrir a música que os Bamboo nos dão a escutar em “The Dragon Flies Away”

Uma história em volta de uma máscara (usada por atores do teatro nô, japonês) habita o centro temático de The Dragon Flies Away, o segundo álbum da dulpa londrina Bamboo. As canções, que se socorrem essencialmente de eletrónicas e procuram a construção um conjunto de cenografias de alguma complexidade, são expressão de uma demanda art pop que por vezes lembra os esforços de Kate Bush nos tempos de The Dreaming, dos Japan na etapa final da sua discografia (aqui sobretudo pelas referências orientais) ou até mesmo das visões do teatro de sons de uns Art of Noise.

O tom desencantado da voz de Rachel Norwood – que é capaz de desenhar por si só todo um conjunto de sugestões dramáticas – é uma das marcas de personalidade de um álbum que sonicamente escuta ecos de outros tempos, embora a construção das canções não pareça ter uma agenda retro por destino. Heranças de uma certa pop ambiental dos oitentas e assimilações de elementos de culturas orientais são aqui convocadas para um ciclo de canções que sugere mais afinidades com uma ideia de teatro de sons do que o mais frequente alinhavado de canções pop arrumadas sob um teto comum. E é no aliar dessa sugestão concetual aos temperos asiáticos e a uma certa estranheza saborosa com que o alinhamento se vai desvendando que emerge uma boa surpresa.

“The Dragon Flies Away”, dos Bamboo, está disponível em LP, CD e nas plataformas digitais numa edição da Upset The Rhythm. ★★★★

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