A paixão de partilhar as histórias da História
Texto: NUNO GALOPIM
O período que corresponde ao meio século que separa a Restauração (em 1640) da descoberta de ouro no Brasil é abordado no sexto volume da mui recomendável História de Portugal de António Borges Coelho que a Caminho tem vindo a publicar a bom ritmo.
O golpe de Estado de dezembro de 1640 (descrito no final do volume V) é o ponto de partida para a sucessão de acontecimentos aqui relatados, que incluem as batalhas que se sucederam nos anos seguintes, assim como todas as frentes de reestruturação que o reino e os domínios do império então conheceram. E dada a vastidão do que era então o espaço português (político, cultural e económico) este intervalo de tempo revela uma série de acontecimentos que moldaram a realidade que definiu fronteiras e o comércio depois dos 60 anos de domínio filipino. As figuras de D. João IV, D. Afonso VI e D. Pedro II são alguns dos protagonistas num relato que vai além da soma dos factos para procurar colocar-nos, como observadores atentos, naqueles tempos e naqueles lugares. Pelo seu ponto de vista… Entusiasmado, vibrante, comunicativo…
Tal como o autor explica na introdução do livro, não há uma história assética. “Nenhuma bata esterilizada nos torna imunes” e “também não se pode apagar a paixão”, avisa, concluindo que “a desinfeção total teria de dispensar as próprias palavras”, porque no fundo “estão contaminadas de paixão”. No fundo, lança o seu modo de nos contar a história. E, ao cabo de seis volumes, o que posso dizer é que sabe bem lê-la assim contada…
“Da Restauração ao Ouro do Brasil”, de António Borges Coelho, é um volume de 315 páginas publicado pela Caminho.
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