Paisagens que cruzam fronteiras, por Ned Bigham
Texto: NUNO GALOPIM
Ned Bigham é mais um nome a juntar a uma família de compositores que estão a definir os caminhos, sem muros, da música orquestral do século XXI. Tal como Nico Muhly, Bryce Dessner, Johnny Greemwood, entre outros mais, tem uma obra que transcende as velhas noções de fronteira entre o popular e o erudito e tanto tem obras assinadas para orquestras ou grupos de música de câmara como trabalhos nos domínios da canção pop e até mesmo incursões pela música de dança.Foi em tempos baterista de Neneh Cherry, tocou com os D-Influence (uma banda de acid jazz) e colaborou depois com vozes como as de Amy Winehouse ou Leona Lewis.
Três anos depois da sua estreia em disco com Culebra, Staffa apresenta uma nova coleção de peças orquestrais que aqui são interpretadads pela Royal Scottish National Orchestra, dirigida por Jean-Claude Picard. Um sempre presente sentido melodista e um interesse na exploração de padrões rítmicos, num jogo de referências que tanto herda elementos do paisagismo sinfónico de um Vaughan Williams como traduz afinidades eventuais com terrenos do jazz e da música popular, junta-se aqui a uma série de experiências que tomam frequentemente ilhas (em concreto as Hébridas) e a costa marítima como fonte de inspiração. Um espaço de descoberta, porque não?
“Staffa”, de Ned Bigham, pela Royal Scottish National Orchestra, dirigida por Jean-Claude Picard, está disponível em CD e nas plataformas digitais, numa edição da Aruna Records.
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