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Quando o som desenha o espaço

Texto: NUNO GALOPIM

Um baixo elétrico de seis cordas e um baixo acústico são as ferramentas ao serviço do desenho de espaços que podemos encontrar no belíssimo “Provenance”, do baixista sueco Björn Meyer.

Sueco, mas com a Suíça como casa há já algum tempo, o baixista Björn Meyer tem passado parte dos seus dias a colaborar com músicos como, entre outros, Anouar Brahem, Asita Hamidi (a cuja memória este novo disco é dedicado) ou Johan Hedin, tendo integrado o coletivo Ronin, de Nik Bärtsch, no qual por vezes ocupou espaços de maior protagonismo. Provenance leva-o contudo a outros patamares de desafio num disco que representa o primeiro no catálogo da ECM a ter o baixo elétrico como solista.

Na verdade, entre as várias faixas que fazem o alinhamento deste álbum de Björn Meyer o baixo elétrico divide espaço com o baixo acústico (nas mãos de Richard Rolf), à reverberação e aos silêncios cabendo o aprofundar da sugestão do desenho das cenografias. A noção de espaço e o modo de o sugerir através da música são, de resto, peças-chave de um disco gravado no auditório Selio Molo RSI em Lugano (Suíça), no qual o ressoar das notas materializa essas visões sob evidente minimalismo de recursos em cena.

“Provenance”, de Björn Meyer, está disponível em CD numa edição da ECM Records

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