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“Stage”: o melhor retrato de palco de David Bowie

Texto: NUNO GALOPIM

Editado em 1978 o álbum “Stage” foi o segundo disco ao vivo de David Bowie e é talvez o seu mais marcante momento captado em palco. Traduz ecos da etapa berlinense e lança novos olhares sobre memórias dos tempos de Ziggy Stardust.

Descontente com os resultados do seu primeiro álbum ao vivo (David Live, de 1974), Bowie desafiou Tony Visconti a comandar as operações de registo de um novo disco, desejado como documento da Isolar II World Tour que, depois das edições dos álbuns Low e Heroes (ambos de 1977) mostrava um novo som e atitude em palco.

Uma das primeiras opções de Visconti foi o exigir de um refrear da intensidade rítmica de algumas versões de palco, aproximando-se mais do que havia registado em estúdio. Depois, com a presença diária do estúdio móvel da RCA no exterior de cada sala que acolhia novo concerto, decretou um conjunto de especificações técnicas (na mesa de mistura, na disposição dos microfones) que lhe permitissem misturar som de vários concertos sem que grandes diferenças entre os registos se notasse. Esta opção permitiu à mistura final usar, na hora de eventuais overdubs, gravações de outros concertos e não o mais habitual recurso a discretas novas sessões de estúdio…

A fidelidade do documento foi apenas afectada por uma sugestão de Visconti, aceite por Bowie, que concentrou na primeira parte do disco duplo (na sua versão original, em vinil) as canções “clássicas”, sobretudo uma colecção, com novas abordagens nos arranjos, de temas dos dias de Ziggy Stardust, deixando as mais recentes propostas de Low e Heroes na recta final do alinhamento.

Esta opção, naturalmente discutível, foi felizmente repensada em 2005 quando, ao reeditar em CD este clássico registo ao vivo, o alinhamento original da Isolar II World Tour foi, novamente, retomado. Este é talvez o mais interessante dos (relativamente poucos) discos ao vivo de Bowie com edição oficial, propondo, entre um alinhamento de 20 temas, aquela que muitos admiradores de Bowie consideram ser a versão definitiva do magistral Station To Station.

A caixa A New Career in a New Town (1977-1982), recentemente editada, inclui estas duas versões de Stage.

Para promover Stage David Bowie editou em formato de 45 rotações a gravação (ao vivo) de Breaking Glass, canção do alinhamento do álbum Low. O EP ao vivo juntava ainda no lado B registos de palco de Art Decade e de Ziggy Stardust.

Originalmente lançada no alinhamento do álbum The Rise and Fall Of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, de 1972, Soul Love foi um segundo single extraído do álbum, embora apenas com expressão apenas no mercado japonês em 1978. No lado B apresentava-se Blackout, do mais recente álbum Heroes.

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