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Dez canções que ouvimos em 1998

Seleção e textos: NUNO GALOPIM

E começamos a avançar por 2018 com uma lista que recorda dez temas internacionais lançados em 1998… Há precisamente 20 anos. Vamos recordá-los aqui, um por dia…

“History Repeating”, dos Propellerheads com Shirley Bassey
O cartão de visita para o álbum Decksandrumsandrockandroll, dos Propellerheads, editado em janeiro de 1998, apresentou uma canção que conseguia a rara proeza de soar absolutamente contemporânea (ainda por cima em terreno da música de dança) e, ao mesmo tempo, transbordar de memórias e de sabores retro. Os dois elementos desta dupla, que recentemente tinham trabalhado com David Arnold em temas do universo de James Bond, resolveram trazer ecos desse universo e chamaram a voz de Shirley Bassey a uma nova canção. O single, é verdade, tinha já surgido em finais de 1997. Mas fez história em 98.

“Music Sounds Better With You”, dos Stardust
Projeto de um disco só, formado por Thomas Bangalter (dos Daft Punk), em conjunto com Alan Braxe e o vocalista Benjamin Diamond, Stardust foi nome que marcou o ano tanto de dia como de noite. Music Sounds Better With You, em sintonia com o que os Daft Punk estavam a colocar em cena, sugeriu caminhos de reencontro com o disco com as eletrónicas e batidas do presente, juntando como um dos sabores em jogo um sample de Fate de Chaka Khan.

“Teardrop”, dos Massive Attack
Depois de Risingson, single editado ainda em 1997, a chegada de Mezzanine, terceiro álbum de originais dos Massive Attack foi anunciada com um single tranquilo e belo, no qual encontrávamos a voz de Elisabeth Frazer (dos Cocteau Twins). Foi ela mesma quem escreveu a letra de Teardrop, inspirada pelo filósfo Gaston Bachelard. Contudo, a notícia da morte (recente) de Jeff Buckley acabou por dar um outro sentido ao tema. O teledisco que acompanha a canção foi realizado por Walter Stern.

“Sexy Boy”, dos Air
Não eram estreantes, mas na verdade até aí eram para muito boa gente uns ilustres desconhecidos. Mas depois de uma série de singles (que seriam pouco depois reunidos na antologia Premiers Symptomes), os franceses Air tiveram em Moon Safari um álbum que não só reforçou o mapa francês da nova música eletrónica europeia (que emergira de forma pungente na segunda metade dos noventas) como deles fez uma referência cool do seu tempo. Sexy Boy foi, então, o seu (muito eficaz) cartão de visita.

“Frozen”, de Madonna
Foi a escolha certa para um álbum que traduziria o estado de alma com que Madonna chegou ao final dos anos 90, num conjunto de canções que, pelo esforço de William Orbit, definiram também uma outra forma de abordar as electrónicas. Conciliando uma cenografia orquestral com o apelo rítmico tribal desejado e toda um emolduramento electrónico elegante e contemporâneo, Frozen não podia ter sido melhor cartão para Ray of Light. E deu a Madonna uma dos seus maiores clássicos, magnificamente acompanhado por um teledisco de Chris Cunningham.

“Rabbit in Your Headlights”, dos Unkle, com Thom Yorke
Os Unkle, dupla constituída por James Lavelle e Tim Goldsworthy (os fundadores da editora Mo’Wax), convidaram DJ Shadow para com eles trabalhar um álbum de estreia ao qual chamaram depois nomes como os de Mark Hollis (Talk Talk), Mike D (Beastie Boys), Jason Newsted (Metallica), Badly Drawn Boy, Richard Ashcroft (The Verve) ou Thom Yorke (Radiohead). Este último deu voz a Rabbit In You Headlights, tema que usa samples dos Talk Talk, Satie ou do filme Contacto e que foi acompanhado por um teledisco de Jonathan Glazer que fez história.

“Rockafeller Skank”, de Fatboy Slim
Não era a primeira vez que os universos da cultura rock e os da música de dança se entendiam às mil maravilhas… Aconteceram, por exemplo, na aurora dos 90s, com Manchester como cenário de referência. Agora era a vez do ‘big beat’. Capaz de cativar e somar públicos ganhou expressão em discotecas e nos palcos dos festivais de verão. E teve em Fatboy Slim um nome maior, com este Rockafeller Skank a fazer do álbum You’ve Come a Long Way, Baby um fenómeno de rara transversalidade.

“…Baby One More Time”, de Britney Spears
Foi há precisamente 20 anos que entrou em cena aquela que se tornaria numa das maiores figuras da pop dos noventas e da alvorada de um novo século. O seu cartão de apresentação fez-se com uma canção que na verdade estava até originalmente destinada para outras vozes: as dos Bacsktreet Boys. Mas tendo a boy band rejeitado a canção, foi uma muito jovem Britney Spears quem a gravou, em sessões que decorreram num estúdio na Suécia, em maio de 1998. O single …Baby One More Time surgiu no mercado a 30 de setembro e colecionou números um e platinas por todo o mundo. Nascia uma estrela… pop.

“Pure Morning”, dos Placebo
Depois de um promissor álbum de estreia foi com o seu segundo disco que os Placebo conquistaram um espaço de visibilidade e aclamação maiores que muito deveu também a uma presença em palco num tempo de eclosão de uma rede maior de festivais de verão na Europa. O tema-título do álbum Without You I’m Nothing é uma pequena pérola, contando na versão em single com um dueto de Brian Molko com David Bowie. Este Pure Morning foi contudo o cartão de visita do álbum, acompanhado então por um teledisco que fez história.

“Opus 40”, dos Mercury Rev
O álbum de 1995 See You On The Other Side não tinha corrido muito bem aos Mercury Rev… Tanto que, na hora de regressar a estúdio, a banda não mostrou qualquer preocupação em responder a potenciais desejos vindos de fora… E o que aconteceu internamente acabou por revelar aquele que é o seu melhor disco. Lançado em setembro de 1998, Deserter’s Songs entrou em algumas listas de discos do ano. E gerou, depois, um single que fez história… Este mesmo Opus 40.

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