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Um pequeno almoço para uma manhã de verão…

Texto: NUNO GALOPIM

Na semana que antecede a edição do terceiro álbum dos Teleman recordamos o seu disco de estreia. Lançado em 2014 “Breakfast” é uma saborosa coleção de canções para ouvir num dia de verão.

Há coisas que são da tradição e que, por mais coisas que mudem, não sei fazer de outra maneira. E uma delas é, a cada ano, escolher “o” disco de Verão… E em 2014 este foi o “vencedor” da coisa. Tinha por título Breakfast e apresentava os Teleman (nome que tem mais a ver com a ideia de um homem tele-transportado que citação ao compositor Georg Philip Teleman, um dos grandes expoentes da música barroca).

Não eram um grupo “absolutamente” novo, uma vez que resultavam da reunião de três elementos dos Pete & The Pirates (um pouco como os Love & Rockets nasceram dos Bauhaus ou os Fun Boy Three dos Specials)… Na verdade quase ninguém, nem na altura, nem hoje, se deve lembrar dos Pete & The Pirates, um quinteto de Reading que editou dois álbuns entre 2008 e 2011 antes de se desmembrar em 2012. Três dos seus elementos juntaram-se como Teleman em 2013 e mudaram de ares, rumando a Londres. Eram eles o vocalista Tommy Sanders, o seu irmão Johnny (agora nas teclas) e o baixista Peter Cattermoul, aos quais se juntou o baterista Hiro Amamiya.

Em 2014, um ano depois da mudança, apresentaram um álbum que revelou um dos mais deliciosos refrescos pop que lembro dos meses quentes de 2014. Anunciado pelos luminosos singles Steam Train Girl (ainda em 2013) e Cristina (já de 2014), Breakfast é um claro herdeiro de uma tradição pop pastoral que, nos últimos 20 anos, teve referência maior nos Belle & Sebastian.

As canções mostram um recorte clássico nas formas, por vezes evocando as dinâmicas pop para guitarras que fizeram escola na new wave ou valorizando, pela carga eletrónica, a intensidade das cores com que aqui se faz pop. Sobre estas molduras e paisagens instrumentais, pelas quais corre aquela leveza ainda fresca e tranquila (mas já a imaginar o calor que se segue) com que habitualmente imaginamos as manhãs de verão, corre depois a belíssima voz de Tommy Sanders, um dos valores maiores de uma paleta de elementos que, neste lote de canções, encontra rumo e nos dá uma espantosa coleção de canções (que o sentido pop da produção de Bernard Butler ajuda a polir).

Não havia por aqui aqui valores hipster, nem star power (o produtor não era bem uma “estrela”) nem mesmo orçamento para fazer deste disco uma sensação de correr entre as bocas do mundo. Houve um segundo álbum, saboroso, mas menos surpreendente, em 2016. E para a próxima semana está agendada a edição de um terceiro disco, a que vão chamar Family of Aliens.

Mas hoje lembramos as canções de Breakfast, o seu álbum de estreia.



“Breakfast”, dos Teleman, foi lançado em CD em 2014 e está disponível nas plataformas digitais numa edição da Moshi Moshi. O disco ainda não teve reedição em vini.

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