Fleetwood Mac, 1968… O começo de uma longa aventura
Texto: NUNO GALOPIM
Nem tudo o que se ouvia e criava em Londres em 1967 era expressão direta do psicadelismo que então ditava a ordem do dia na cultura pop/rock. Havia várias frentes alternativas ao espaço que então dominava as atenções e que tinha inclusivamente cativado nomes maiores como os Beatles ou os Rolling Stones. Entre essas frentes estava uma nova geração de músicos britânicos estimulados belos blues. E o guitarrista Peter Green era um dos nomes que mais estavam a vitaminar os acontecimentos.
Tinha chamado atenções ao substituir Eric Clapton em atuações de John Mayall’s Bluesbreakers mas depois da sua saída acabou por lhe tomar o lugar. Era por isso um guitarrista de nome e talento já reconhecido quando, em 1967, John Mayall lhe deu algum tempo livre de estúdio, o qual usou numa sessão com outros músicos dos Bluesbrakers: o baterista Mick Fleetwood e o baixista John McVie. Gravaram quatro canções e um tema instrumental. Ao instrumental chamaram Fleetwood Mac, em referência à secção rítmica do trio.
Os Fleetwood Mac nascem como consequência dessa sessão juntando ainda as presenças de Jeremy Spencer e de Bob Burning. E é entre os cinco que surge um primeiro álbum com um alinhamento que junta versões de temas de grandes bluesmen como Robert Johnson, Elmore James e uma série de inéditos. O disco, também referido como Peter Green’s Fleetwood Mac, é um álbum de blues, sem adornos tem temperos que procurassem cruzamentos de géneros ou polimentos… A capa, que mostra uma foto de umas traseiras longe de limpas, sugere o ambiente. E o resultado foi um disco de sucesso reconhecido mais tarde como um dos mais importantes representantes dos blues com berço britânico.
“Fleetwood Mac”, dos Fleetwood Mac, teve edição original em mono e estéreo em 1968 pela Blue Horizon
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