O que escutar no Super Bock em Stock? – Parte 2
Texto: GONÇALO COTA
O Super Bock em Stock realiza-se já este fim-de-semana. Para facilitar o desenho do trajeto, e como não é possível ver tudo, apresentamos mais algumas sugestões. Escolhas pessoais e subjetivas, claro!
Dino d’Santiago acaba de lançar Mundo Nôbu, mais um bom registo nascido do cruzamento entre os ritmos e sonoridades africanas – funaná, afrohouse, mornas – e a música electrónica. Disco amadurecido durante três anos entre Lisboa, Nova Iorque, Berlim, Londres, Luanda e Praia, tendo na sua génese uma primeira viagem a Cabo Verde (em 2010) onde o português encontrou os sons, as pessoas, os dialetos que desenham uma metaidentidade que, até ali, não compreendida. E é quase integralmente em crioulo que nos são cantadas todas as faixas: estreada na final do Festival da Eurovisão e com produção de Branko, PEDRO e letra de Kalaf (que consta como produtor executivo de todo o disco), Nova Lisboa cantada em português e adornada com duas frases em crioulo, serve de argumento para viajar por uma Lisboa onde a diversidade é tradição; Mundo Nôbu tem semelhanças com uma oração, ritmada pela pujança das electrónicas. Convidamos-vos a escutar um adas melhores discos nacionais do ano: Dino D’Santiago sobe a palco às 20 horas de sábado, na Sala EDP (Casa do Alentejo).
Com apenas um único longa-duração editado (ainda no ano de 2014), Lo-Fang estrear-se-á no Super Bock em Stock, logo a seguir, pelas 20:40. De formação clássica, o americano vem-nos apresentar Blue Film (e, talvez, novas canções), que se assemelham muito às propostas musicais de James Blake, Bon Iver ou Sampha. E a lógica poderá ser a mesma: introduzindo camadas de R&B, música clássica, efeitos e vocalizações a um pop eletrónica sónica e barroca, que, apesar do ping-pong eficaz entre os diferentes estilos e a sensação de interesse que faz emergir, não cria um espaço diferenciador para a sua sonoridade. Contudo, devem escutar com atenção uma versão retrabalhada (numa nova lógica de balada) do clássico de Grease, You’re the One That I Want. Tendo em conta os quatro anos que diferenciam a sua edição e o seu concerto no Palácio da Independência, a prova de palco poderá delinear uma nova tradução para as suas canções e comrprovar a sua eficácia…
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