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Variações para uma manhã de Santo António… 35 anos depois

Texto: NUNO GALOPIM

A notícia chegou numa manhã de Santo António. Com apenas 39 anos de idade, e uma obra discográfica editada então feita de dois álbuns e dois singles, António Variações deixava-nos. Em apenas dois anos os seus discos tinham ajudado a definir uma das páginas mais marcantes e únicas da história da música portuguesa, não só estabelecendo pontes entre Braga e Nova Iorque (como ele mesmo disse) como entre gerações, num raro caso de transversalidade que ainda hoje não teve igual.

A assinalar, hoje, os 35 anos passados sobre essa manhã de junho de 1984 (numa altura em que começávamos todos a escutar as canções do álbum Dar e Receber), recordamos um dos dois temas que, apenas dois anos antes, tinham assegurado a sua estreia com um primeiro single.

Nesse 45 rotações (que tanto saiu em single de sete polegadas como em máxi) surgia uma versão – nada canónica – de “Povo Que Lavas no Rio”, canção que havido sido imortalizada na voz de Amália mas que, com ele, ganhava outra das interpretações de referência.

Na outra face do vinil, a visão pop de “Estou Além” revelava, além da música, da voz e da imagem, uma personalidade muito peculiar na escrita. E, depois, um trabalho de diálogo com outros músicos e produtores que o ajudaram a moldar as ideias.

Ainda há poucas semanas voltei a estremecer com a força desta canção numa versão brilhante apresentada por Lena d’Água que, diferente da que em tempos registara em disco, mergulhou em trilhos mais carregados de memórias da leitura original. E a constatação é clara: a canção transformou-se, de facto, num ‘standard’ do cancioneiro pop português.

Aqui fica o teledisco que acompanhava a canção em 1982:

1 Comment on Variações para uma manhã de Santo António… 35 anos depois

  1. Miguel Figueiredo // Junho 17, 2016 às 1:48 pm // Responder

    E o Al Berto morreu no mesmo dia, treze anos depois. Almas muito siamesas.

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