É o afeto que vai salvar o livro de papel
Texto: JOÃO MORGADO FERNANDES
Vai o livro eletrónico (e-book) acabar com o livro, físico, em papel? Esta é uma daquelas questões de permanente discussão em fóruns dedicados ao livro, sendo que a resposta, surpreendentemente ou não, é evidente – não, as versões eletrónicas não vão acabar com o papel, pelo menos num horizonte visível.
A verdade é que esta discussão não é nova, especialmente no sector dos media. A televisão ia matar a rádio? O CD seria a morte do vinil? Nesses debates, houve previsões catastrofistas, que nunca se concretizaram. A rádio e o vinil tiveram que se reinventar, é certo, mas aí continuam presentes no nosso quotidiano.
Essa é uma das razões pelas quais quase ninguém arrisca prever a morte do livro em papel, ou seja, a capacidade a resiliência e capacidade de adaptação dos próprios suportes. Outra razão apontada é a do conforto. Sendo certo que os e-books são mais fáceis de transportar, e até podemos trazer uma estante no bolso, a verdade é que os nossos hábitos de leitura ainda estão formatados para o livro, sendo que as versões digitais só muito recentemente conseguiram aproximar-se do papel no que respeita à abordagem visual (há já alguns aparelhos que, desse ponto de vista, simulam de forma perfeita o papel).
Mas, no que aos livros respeita, há um fator favorável determinante à sua perenidade que que emerge em todos os debates – o fator afetivo. Que passa pelo sentimento de posse, pelo tato do papel, pela apetência pelo colecionismo, entre outros aspetos.
Este ângulo da afetividade foi amplamente explorado num artigo recente da revista New Republic, disponível online.
Mais abrangente, e já com uns meses, há um artigo da Economist, o qual, além do mais, é muito interessante do ponto de vista gráfico, já uma das vistas de leitura simula no computador um livro… em papel.
Os links:

Também da New Republic, um artigo com entrevista sobre a preferência dos estudantes em ler livros em papel em vez de num e-reader.
http://www.newrepublic.com/article/120765/naomi-barons-words-onscreen-fate-reading-digital-world
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