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11. Spike Jones, 1957

Texto: NUNO GALOPIM

Uma lista com discos que não costumam figurar nas listas mais habituais. Aqui fica o 11º… E este representou uma das primeiras incursões de Spike Jones pelo formato do LP num disco que caminha entre a ‘clássica’ e o ‘jazz’, juntando sons inesperados e uma valente dose de humor.

Era tão magro que lhe deram o nome de “spike” (ou seja, “cavilha”, como nos caminhos de ferro, o que faz sentido já que o seu pai era agente da Southern Pacific). Foi assim que o jovem que nascera com o nome Lindley Armstrong Jones passou a ser tratado com o nome pelo qual registou a sua presença na história da música do século XX: Spike Jones. Começou por tocar em orquestras, mas a ideia de repetir as peças dos outros não o entusiasmou e cedo juntou um grupo com o qual experimentou formas de criação de humor através da música. Uma gravação de uma dessas sessões foi parar à secretária de um executivo da indústria discográfica. E o que era um divertimento de músicos transformou-se num caso mais sério. Mas sem perder nunca o humor.

Durante as décadas de 40 e 50 apresentou-se acompanhado por uma banda à qual chamou Spike Jones & His City Slickers, lançando, ora em banda ora a solo, uma série de discos e atingindo um patamar de popularidade que chegou a dar-lhe um programa de televisão.

Dinner Music For People Who Aren’t Very Hungry correspondeu a uma das suas primeiras experiências no formato de LP. E refletiu não apenas a possibilidade de criação de uma narrativa mais alargada para a sua música, como também a exploração das possibilidades tecnológicas que a alta fidelidade colocava ao serviço do som.
O alinhamento junta algumas peças então já “clássicas” do seu catálogo, cruzando-as com outras novas criações, juntando uma narração como fio condutor e as incontornáveis presenças dos elementos de sonoplastia que frequentemente Spike Jones usava como os motores para dar largas ao humor. Não faltam também paródias a peças clássicas, de abordagens menos canónicas a Brahms ou J. Strauss à transformação, com espirros, de O Vôo do Moscardo de Rimsky-Korsakov em The Sneezin’ Bee (com solo de trombone).

“Dinner Music For People Who Aren’t Very Hungry” teve uma primeira edição em 1957, pela Verve. A Rhino lançou uma edição em CD em 1988.

Da discografia de Spike Jones vale a pena descobrir álbuns como:
“A Course in Music Depreciation” (1955), como Spike Jones & His City Slickers
“Spike Jones Presents a Xmas Spectacular” (1956)
“Spike Jones in Hi-Fi” (1959)

Se gostou, experimente ouvir:
George Formby
Tom Lehrer
Mel Blanc

E podem aqui ler títulos anteriores desta lista:
1. Yma Sumac, “Voice of The Xtabay” (1950)
2. Les Baxter and His Orchestra, “Ritual of The Savage” (1951)
3. Georges Brassens, “Georges Brassens chante les chansons poétiques (…et souvent gaillardes) de… Georges Brassens” (1952)
4. Odetta, “The Tin Angel” (1954)
5. Harry Belafonte, “Calypso” (1956)
6. Elvis Presley, “Elvis’ Christmas Album” (1957)
7. Dalida, “Son Nom Est Dalida” (1957)
8. Ruth Brown, “Rock and Roll” (1957)
9. Johnny Cash, ““Johhny Cash with His Hot and Blue Guitar” (1957)
10. Martin Deny, “Exotica” (1957)

5 Trackbacks / Pingbacks

  1. 100 discos (daqueles que não costumam aparecer nas listas): Duane Eddy, 1958 – Máquina de Escrever
  2. 100 discos (daqueles que não costumam aparecer nas listas): Peggy Lee, 1958 – Máquina de Escrever
  3. Máquina de Escrever
  4. 100 discos (daqueles que não costumam aparecer nas listas): Esquivel, 1959 – Máquina de Escrever
  5. 100 discos (daqueles que não costumam aparecer nas listas): Babatunde Olatunji – Máquina de Escrever

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